BemolNews (026): último rojão

Olá queridos, voltei ao Iguatu para mais 9 dias de trabalho.

Até o próximo dia 31 continuo trabalhando aqui, então finalmente volto para Fortaleza para estudar e começar a construir minha vida.

Muita gente - das poucas que já sabiam - conversou comigo sobre o assunto: muitas delas me apoiaram, mas todas perguntaram se era isso mesmo que eu queria. E é, é sim, é isso mesmo que eu quero. Vim para o Iguatu por um motivo principal, e essa maior razão não existe mais.

Foi muito bom, foi uma experiência muito diferente trabalhar no interior, viver sozinho, mas o que me segurava aqui, que era o fato da Giselle estudar no interior, não existe mais pois ela conseguiu a transferência para terminar seu internato em Fortaleza.

Aqui, eu trabalho, tem salário (razoável) fixo que cai direitinho na data prevista, programada com um ano de antecedência, carteira assinada... ou seja, muita coisa para os dias de hoje, digamos assim. E o fato de ter acabado de me casar também seria mais um bom motivo para aqui permanecer. mas há outras coisas...

Aqui eu só consigo trabalhar em um lugar, pois o SESC me toma um pouco de todos os turnos, impedindo de conseguir outro emprego, qualquer que ele fosse. E como as coisas aqui estão começando a aumentar (aluguel, mercantil, passagens), menos o salário, era fundamental para que eu me sustentasse e pudesse pagar a especialização que eu quero, que eu tivesse a oportunidade de um segundo emprego.

Essa especialização é outro motivo, eu pretendo fazê-la, e tem dias de aula que será na sexta. Apesar do trabalho liberar quando se tem hora-extra, teria que ser muita hora-extra ou descontar das horas não trabalhadas. Também quero estudar, quero voltar a produzir artigos, quero estudar pra mestrado, concursos, coisas que aqui não me são oferecidas. Nem um curso de inglês não dá pra fazer por conta dos horários de trabalho.

Então, se em Fortaleza eu posso lutar, batalhar mais, conseguir mais, e sem ficar longe de quem eu gosto, sem ficar estagnado como algumas pessoas daqui estão, evoluindo, e até mesmo procurando por uma condição de trabalho melhor, por que não?!

Alega-se de novo o fato que ficar desempregado é ruim, que acabei de me casar, mas se tem um momento que eu tenho que arriscar é agora. Não posso arriscar quando o mercado já estiver saturado, quando eu já não conhecer mais ninguém em Fortaleza... Não posso deixar pra arriscar depois, sem uma especialização, não posso deixar os outros entrarem no mestrado antes de mim... Não posso arriscar quando eu já estiver mais velho, quando tiver filhos para criar, quando tiver obrigações com contas mais importantes...

Como diria o best-seller, não vou deixar ninguém mexer no meu queijo, eu é que vou mexer nos queijos dos outros enquanto eu posso arriscar. Por isso, este é meu último rojão de trabalho aqui no Iguatu, mais nove dias de trabalho, um final de semana aqui, e vou me lançar em busca do que eu quero para mim.

Difícil é, e corajoso também! É até chato porque construi coisas aqui, nada físico, mas construi amizades e laços que vão permanecer. Do mesmo jeito que eu já falei mal do Juazeiro e hoje tenho saudades, já falei mal daqui também e estou começando a ficar melancólico com a minha saída. Mas é assim, e Deus há de continuar abençoando.

Fica a frase que hoje (24.07.08) dá entrada a este blog, de François Rabelais:

"Conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam!"

Abraço a todos, conto com a oração de vocês!