Lisboa terra boa
Acordamos e fomos tomar café, confirmando que o hotel era realmente muito bom, estava ótima nossa comida. Subi só para escovar os dentes e logo depois fomos para o ônibus. Gesù não era mais nosso guia (apesar de Jesus continuar sempre conosco), ele continuou com outro grupo que estava começando a excursão e ia fazer nosso caminho inverso. Agora havia assumido um brasileiro, que não me lembro o nome, e a Ana, que não consegui identificar sua nacionalidade, mas muito engraçada e informada.
Partimos então para um tour pela bela Lisboa, passando por várias praças, igrejas e monumentos. Paramos um pedaço no Parque Eduardo VII para tirar algumas fotos, e depois rodamos por obeliscos, fontes, estátuas, prédios, até chegar a beira do rio Tejo. Passamos pela praça Marquês de Pombal, pela Basílica de Estrela, por baixo da ponte 25 de abril, até chegarmos ao monumento ao descobridores.
Logo em frente estacionamos perto da Torre de Belém, parada hidráulica e para fotos. Vimos um monumento aos que atravessaram o atlântico, uma réplica do hidroavião que cruzou o oceano pela primeira vez, de Lisboa ao Rio de Janeiro. Também vimos a tal torre, que eu pensei que fosse mais alta, que além de torre servia de prisão, a beira do rio.
O problema foi que algum português mandou enfeitar a Torre de Belém, com um colar de bolas vermelhas e douradas. Ninguém sabia dizer para quê, talvez porque estávamos em plena eurocopa e essas são as cores da seleção de lá, mas ficou feio demais, foi burrice. Pelo menos a réplica de bronze tava normal. Depois voltamos ao ônibus para irmos para outro ponto.
Chegamos ao museu da Marinha, perto de um planetário e do mosteiro dos Jerônimos, nosso destino. Essa igreja é uma das mais antigas de Lisboa, e ‘sobreviveu’ intacta ao grande terremoto/maremoto de 01 de novembro de
Depois daí, o grupo iria separar. Quem havia comprado o opcional de Sintra, Cascais e Estoril iria com um grupo, e quem quisesse passar a tarde livre (nosso caso), um outro ônibus iria nos deixar na praça do comércio para almoçar e então ficaríamos livres.
A gente só teria mais essa tarde para conhecer Fátima. Já pensou, ir a Portugal e não ir a Fátima?! E eu queria muito isso. Tentei persuadir a todos no grupo pra gente convencer o pessoal da Europamundo a nos levar para Fátima, um passeio extra, mas só uma voz não conseguiu fazer muita coisa. As pessoas do nosso grupo decidiram ir na quarta pela manhã, alugando uma van, mas seria muito pouco tempo pra gente ir e voltar a Fátima para estar meio dia no hotel para viajar a tarde de volta pro Brasil.
Então decidimos só almoçar e ir por nossa conta e risco até lá. O ônibus da Europamundo nos deixou na praça que tem um monumento de D. Pedro IV (IV deles, o nosso I), perto da praça da Figueira e do elevador da justa, e fomos almoçar na rua Augusta, perto da estátua de Fernando Pessoa.
Paramos em um restaurante, que eu não sei bem dizer de que cultura era. Tinha fachada portuguesa, garçons árabes, comida italiana... finalmente pedi a minha massa, a Giselle também, e estava ótima. Depois pegamos um táxi e fomos direto para uma estação rodoviária, tentar pegar um ônibus para Fátima.
‘Colo de Mãe’
Chegamos ao terminal perto das 2 da tarde, e tinha um ônibus saindo exatamente às 14h para Fátima. Pegamos todas as informações de horários para voltar, aonde comprar a volta, enfim... Embarcamos e partimos. Tentei dormir um pouco no caminho, mas quem disse que o calor deixava?! O motorista simplesmente não ligou o ar-condicionado e à medida que o caminho avançava, o tempo foi esquentando, diferente do que tava de manhãzinha.
Mas depois o motorista ligou o ar e deu pra aproveitar um pouco da paisagem na ida, um tanto quanto diferente do que havíamos visto. Eram montes, colinas e terrenos pedregosos, 130km e um pouco mais de 1 hora e meia de viagem até chegarmos lá.
Chegamos então ao terminal de Fátima, confirmamos os horários de volta a Lisboa e perguntamos como faríamos para chegar até o Santuário. Era bem fácil, era só sair do terminal e subir a primeira rua até chegar num grupo de lojas e logo em seguida acharíamos o nosso destino.
E que coisa boa foi estar lá! Tudo bem que no começo eu não senti aquela coisa que esperava, de ficar ansioso, emocionado... Entramos no Santuário, vimos primeiro o grande pátio, com sua cruz estilizada, e logo após a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, muito impressionante. Então fomos entrando, reconhecendo o terreno, até que a Giselle me chamou a atenção. Ela me fez olhar pro lado esquerdo e aí li os dizeres:
CAPELINHA DAS APARIÇÕES
Aqui apareceu Nossa Senhora
Pense num homem se derramando em lágrimas! Aí sim comecei a sentir todas aquela emoção que eu esperava, mas era porque até em então não havia caído a ficha. Daí pra frente foi só emoção. Ficamos um pouco na capelinha, tava na hora da comunhão, daí fomos passeando até chegar a basílica, fotos, fotos e mais fotos, até entrarmos na igreja.
Mais fotos, visitamos os túmulos de Jacinta, Lucia e Francisco, e procuramos saber dos horários das missas. Nem escondo que fiquei feliz em saber que daria para assistir uma missa lá. Esperamos um pouco sentados nos bancos, vendo o livro ‘Canta Povo de Deus’ que eles mesmo disponibilizam para o acompanhamento dos ritos litúrgicos.
Logo um homem vestido a rigor estava anunciando a missa, e um outro senhor começou a tocar no órgão menor. Era interessante porque o comentarista (o tal homem bem vestido) também era o cantor e regia nossas vozes como se fosse um maestro. A missa foi muito boa, ficamos muito felizes de ter participado. Mas não acabou por aí.
Antes da viagem, nós estávamos um pouco apreensivos com a saúde de uma parenta, e meu tio tivera realizado o transplante de coração na semana do meu casamento, e Deus nos tocou que era pra nós (de tão pouco que estavam assistindo àquela missa) quando o padre falou de uma benção especial para aqueles que estavam enfermos em nossas casas.
Quando acabou a missa, fomos saindo pelo corredor central da basílica, e uma senhora que estava sozinha, ajoelhada em um dos bancos do meio pra trás, fez-nos parar e disse, não sei se bem com essas palavras: Olhe, é Maria quem está mandando eu entregar isto a vocês. Que a vida de vocês seja abençoada e continuem rezando. Era um terço muito bonito, e eu nem sei bem o que foi que ela disse porque a confirmação também veio de imediato, e nós três caímos em prantos.
Foi um dos momentos mais emocionantes de confirmação, de toque, da presença e certeza de Deus e de Maria. Saímos de dentro da basílica, mas eu continuava chorando copiosamente, agradecendo a Deus por tudo. Quando me acalmei um pouco mais, escrevemos nossos pedidos de oração, vimos mais informativos e então fomos continuar conhecendo o santuário.
Demos uma volta por trás da basílica, por um bonito jardim, fomos para frente de novo, andando pelo grande pátio, passeando pelo outro lado do santuário. Fomos pra perto da cruz alta, em direção a igreja da Santíssima Trindade, vimos a estátua de João Paulo II, de Pio XII e entramos na igreja. Curioso é que nas portas da igreja, em cada uma das doze, tem o nome dos discípulos, com Matias substituindo os posto de Judas Iscariotes.
Dentro da igreja era muito bonito, ficamos um pedaço lá, mas logo tínhamos que sair porque não nos restava mais muito tempo. Deixei Giselle fazendo algumas compras enquanto fui comprar nossa passagem de volta para as 20hs, o último ônibus de retorno para Lisboa. Voltei, compramos mais algumas lembrancinhas, e fomos atrás de comer alguma coisa.
Ainda esperamos um bocado para que o ônibus chegasse e, apesar do sol ainda forte, fazia um frio de bater queixo. Adoramos nossa estada em Fátima, foi muito melhor do que ter vindo com a excursão e ter aproveitado só 2 horas. Pois ficamos naquele lugar santo por 5 horas, e foi uma das melhores experiências da minha vida. Deixo então os dizeres do teto da basílica para todos: Regina Sacratissimi Rosarii Fatimae Ora Pro Nobis
Piano-bar
Nosso ônibus chegou e então voltamos para Lisboa. Desta vez, aproveitei mais a paisagem, realmente muito bonita, e ainda mais bonita pois era guarnecida do pôr-do-sol e da lua cheia subindo no céu. Montes, colinas, árvores, casinhas iam enfeitando a visão dessa gratificante viagem.
Chegamos na capital por volta das 22h, um pouco mais talvez. Enquanto a Gi subia para começar a arrumar as coisas, eu tentava passar algumas fotos para os pen-drives, mas o computador não reconhecia as máquinas, problemas no USB de lá. Aproveitei pra ficar um pedaço na Internet e quando fui pagar na recepção, para minha surpresa, não me cobraram os €4,00 por 15 minutos. Acho que eles se envergonharam, ou melhor, tiveram um pouquinho de senso.
Eu ainda morrendo de fome, fui pro piano-bar do hotel, tão chique que o Alex poderia dizer sua frase por lá também. Pedi um sanduba, com um refri, enquanto eu ouvia o maestro tocar música clássica: tudo a ver! Mas foi um bom momento, um momento bon-vivant: sentado no room de num hotel da Europa, aproveitando o fim de um dia maravilhoso, comendo bem, ouvindo boa música.
E realmente, foi um dos momentos que eu imaginava como sendo extremamente prazeroso. O sanduíche tava bom, com salada e batatas, a música tava ótima, tive a oportunidade de conversar com os garçons e ainda brincamos com maestro, para saber com qual das italianas que cantavam suas músicas ele iria se retirar naquela noite. Obrigado meu Deus! Fim do oitavo dia.
continua...
http://davibemol.blogspot.com/2009/06/db-dia-nove-180608-qua.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário