Escala
Olhando pela janela vi o amanhecer. Estávamos chegando
Também pudera, é um dos aeroportos que mais recebem vôos de entrada para a Europa. E tivemos essa confirmação quando entramos na fila da aduana e imigração. Havia de cara a distinção: um corredor para cidadãos com passaportes da União Européia, inclusive com guichês eletrônicos, e um bloco de guichês para os demais.
Haviam dois guichês destinados aos CPLP (Cidadãos de Países de Língua Portuguesa, vulgo: nós!) e os outros tantos eram destinados para “todos os passaportes”. Na nossa fila, estavam muitos dos que pegaram o mesmo vôo que a gente. Na outra fila, em ziguezague, estavam muitos cidadãos de outros países. Percebemos que havia americanos no meio, mas o que tinha de africano...
O mais interessante que eu achei foram as vestimentas, bem típicas, coloridas. Mas começou a fazer calor, era uma área fechada, lá fora tava agradável, mas quem tava debaixo daquelas roupas devia estar suando pacas. Teve uma senhora africana que passou mal, foi atendida ali mesmo, no chão da imigração. E tinha pessoas também muito brancas, parecidas com descendentes de holandeses, começando a ficar rosadas.
Minha fila demorou, mas demorou menos do que a dos outros passaportes. Apresentei meu passaporte - meu RG tava junto, prestei minhas informações, ganhei o carimbo de entrada, e lá vamos nós. Graças a Deus que eu me atentei de conferir o passaporte. Cadê meu RG?! Me aperreei, mas a Gi me acalmou, mandou eu voltar e procurar. Quando cheguei nas costas do guichê que fui atendido um guarda me parou, perguntou o que eu queria, expliquei, ele foi atrás, realmente o RG tinha ficado dentro do guichê. Já pensou, perder um documento lá?! Fora do país! Só não seria pior que perder o próprio passaporte.
Mas enfim, saímos da área da aduana, e fomos atrás de nossas bagagens. Não sabíamos que, como íamos pegar uma conexão (para Paris) sem necessidade de check-in, nossas malas já iriam direto para o outro avião, e daí ficamos procurando um bom pedaço pelas malas. Mas logo resolvemos e entendemos e rezamos para que nada fosse extraviado.
Saímos para o saguão do aeroporto, nada demais, fui trocar algum dinheiro que ainda tinha, rodamos um pouquinho. A gente pensava que chegando às 6h da matina (diferença de 4 horas no fuso) e com a conexão saindo só 9h40, daria tempo de fazer milhões de coisas, ou de descansar.
Que nada! Perdemos 2h30 na fila da imigração e com a história da bagagem. Fomos praticamente direto para o portão de embarque, paramos só para comprar mais chicletes. O engraçado: vimos o símbolo da Kibon numa tenda, só que lá eles chamam de Olá. Era mesmo símbolo e os mesmo sabores de sorvetes, só mudava o nome de país pra país (não me lembro se era na Espanha ou na França que eles chamavam de Miko).
Passamos pelo portão de embarque e andamos, andamos, andamos... andamos... mais um pouquinho... Nosso portão era do outro lado do terminal de embarque. Esperamos um pouco, pegamos outro ônibus e rodamos de novo por vários minutos até chegar no Airbus A319 que nos levaria até a França.
Avião menor, também da TAP, com poltronas na disposição 3-3. Ficamos nas
Orly
Pousamos no aeroporto de Orly em torno de 13h (+1 de Lisboa, +5 do Brasil), não precisamos mais passar por fila alguma. Foi até estranho, saímos da área de desembarque e já estávamos praticamente na porta de fora. Pegamos nossas bagagens, fomos ao banheiro enquanto esperávamos o transferista que nos levaria ao hotel. Detalhe dos banheiros: não tem portas! Quer dizer, apesar da distinção masculino/feminino, não há porta que separe ou que esconda a parte das pias dos banheiros. Foi estranho, mas como vimos desde o aeroporto de Lisboa, estávamos entrando em outra cultura.
Nosso transferista nos achou, não me lembro nome dele, mas era francês, enrolava no espanhol, e dirigia uma van da Volkswagen, filha da Kombi, mas que não lembra em nada a nossa. Muito boa... e rápida! Passeamos por pelo lado externo, não passamos pelas grandes atrações, até chegarmos no Novotel Porte de Italie, nossa morada na cidade luz.
Chegamos, foi fácil nos comunicar com a recepcionista em espanhol, e fomos para o nosso quarto. Entramos, fizemos o reconhecimento do local. Detalhe: o banheiro era dividido. Havia a sala de banho e, digamos, a ‘casinha’. Dois cômodos distintos e distantes que me pareceram ao mesmo tempo estranho e inteligente.
Não é higiênico se ter o lavabo perto da pia, e eles pensaram nisso, mas eu nunca tinha visto isso. E o sistema de descarga?! Inteligente que só, eram dois botões: um com pouca água para Nº1 e outro com mais água para Nº2 e lixo. E quem foi que disse que eu me acostumei a jogar o lixo na privada? E beber água da torneira?! Não é da nossa cultura.
Dormimos um pouco, eu já estava exausto. Mas prometi pra mim mesmo que seria só um pouco. Era um pouco mais de 14h e ainda tínhamos muito tempo pra aproveitar neste primeiro dia de viagem.
Acordamos por volta das 16h30, descemos e consultamos de novo a recepcionista sobre como chegaríamos aos destinos que queríamos. Ela explicou aonde poderíamos comer perto e como deveríamos fazer para pegar o metrô.
Saímos do hotel, um dia muito bonito em Paris, comemos num McDonald’s, mas que em nada lembra os “nossos”. Depois fomos para estação de metrô Porte de Choisy, que era próxima do hotel. Tiramos 10 tickets que serviam tanto para o metrô como para ônibus. A recepcionista havia nos indicado pegar a linha 7 para descermos na estação Place de Italie e lá pegar a conexão de uma outra linha para irmos tanto à torre Eiffel quanto para o Arco do Triunfo.
Assim fizemos, e fomos direto para a Champs-Elysées. Saímos da estação e subimos para a avenida. Estávamos em frente a praça Charles De Gaule, aonde os carros circulam o Arco do Triunfo. Tiramos algumas fotos e descemos de novo o túnel do metrô, que também leva até debaixo do Arco.
Tiramos mais fotos, aproveitamos mais um pouquinho a paisagem, e aí fomos atrás de saber como é que fazia pra subir. Custava €9,00, mas para quem tinha até 25 anos custava €5,00. Por dias, eu ainda tinha
Mas enfim, ainda estávamos num hall que fica quase no topo, onde havia algumas estátuas e detalhes do Arco. Subimos mais um pouco e finalmente estávamos no topo do Arco, um verdadeiro triunfo estar ali. Dava pra ver Paris inteira lá de cima. A prefeitura (como nos explicou nosso guia posteriormente) não permite que se construam prédios altos na cidade. Ou seja, de todo canto dá pra ver Paris inteira e de toda cidade dá pra ver a torre Eiffel.
Mais fotos de cima do Arco, mais um pedaço olhando, mais outro pedaço descendo as escadas, mais um pedaço embaixo do Arco, e fomos de novo pro túnel para atravessar a Praça. Subimos na Champs-Elysées, atravessamos e fomos andando para a torre, que tanto no mapa quanto visualmente parecia estar perto.
Parecia, andamos pacas, Giselle reclamando de dor nos pés, mas valeu a pena, tanto pelo bonito caminho que fizemos pelas boulevards francesas – bem arborizadas - quanto pelo que veríamos. Sem falar nos carros né?! O que vimos de BMW, Mercedes e Porsche estacionados era sonho pra qualquer apreciador de carros, como eu. Logo (nem tanto) estávamos vendo a Eiffel. Chegamos na avenida perto do Sena e seguimos até a ponte que leva a torre. Foi aí que eu me toquei de quantos palavrões eu já havia dito. Mas também comecei a agradecer a Deus pela oportunidade de estar ali.
Fiquei impressionado de como o sol ainda estava no céu em plena 21hs, a gente não tem isso aqui no Ceará. Tiramos várias fotos, apreciamos, andamos pelo parque do Trocadero, e fomos pra ponte sobre o Rio Sena. Mais fotos, mais minutos apreciando, até que resolvemos ir embora, já era quase 22h. Foi quando a Eiffel começou a acender. Ficamos mais um pouquinho e aí torre começou a piscar.
Mais fotos, mais um pouquinho apreciando, fomos pra mais perto da torre, passamos por debaixo... Nem pensamos em subir na torre, e ainda bem, pois a fila tava enorme. O que vimos já nos bastava. E aí sim, quase 11 da noite, fomos para a estação de metrô Bir-Hakeim.
Perdidos em Paris
Me lembrando das instruções da recepcionista, fomos pegar o metrô. Havia duas paradas com o final ‘de Italie’. Eu me lembrava que a gente pegava a linha 7 na Place de Italie, e o hotel tinha o nome de Porte de Italie. Foi aí que começou a confusão. Se o hotel é em Porte de Italie, a nossa parada seria...
Primeiro, a linha 7 tinha uma bifurcação e estávamos indo pro lado errado. Descemos numa parada antes e pegamos o que ia pro lado certo. E descemos na Porte de Italie. Subimos para a rua, atravessamos uma pequena rua, até então tudo muito parecido, paramos num mercadinho para comprar um pouco de comida, refri, springles, um biscoitinho, bananas...
Continuamos descendo a rua e nada de aparecer o viaduto que nos levava ao hotel. Nada de hotel. A rua agora totalmente diferente da nossa. Tentei me localizar, andamos mais um pouco e nada. Quando eu e a Gi entramos no consenso que estávamos perdidos, começamos a ir atrás de um táxi.
Quem disse que algum táxi parou? O único livre se recusou a nos levar. Resolvemos então voltar andando até a estação, pegar de novo o metrô e descer na parada certa, que era a próxima, a Porte de Choisy. O meu medo não era por estar perdido num lugar totalmente desconhecido, o medo era de que algo acontecesse com a Giselle.
Mas Deus e seus anjos nos acompanharam todo tempo e conseguimos ir pro metrô, descer na parada certa, subir a rua certa e chegar ao hotel, sãos e salvos, quase uma da manhã. Entramos, comemos, dormimos. Fim do primeiro dia.
continua...
http://davibemol.blogspot.com/2009/06/db-dia-dois-110608-qua.html
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